O procurador municipal Álvaro Skiba Júnior, ameaçado de morte e afastado das funções no ano passado após denunciar irregularidades na Prefeitura de Capanema, foi reconduzido ao cargo pelo novo prefeito da cidade, Américo Bellé. Com o retorno à procuradoria garantido pelo Decreto Municipal 6274, publicado no Diário Oficial de 10 de janeiro de 2017, Skiba Júnior solicitou à Vara da Fazenda Pública da Comarca de Capanema a extinção do processo impetrado para garantir sua volta ao cargo.
Em julho de 2016, Skiba Júnior participou da sessão do Conselho Pleno da OAB Paraná que deliberou uma de medidas para sua proteção. Na ocasião, ele apresentou uma gravação registrada em ata notarial com os termos de uma das ameaças que vinha recebendo da então prefeita de Capanema, Lindamir Maria de Lara Denardim.
Apoio da OAB Paraná
Conselho Pleno fez a análise do caso no campo das prerrogativas profissionais e manifestou-se a favor da adoção de medidas para garantir a integridade física do advogado. O presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, lembrou do caso de Chopinzinho, onde um procurador municipal foi assassinado pelos mesmos motivos. Os conselheiros também deferiram por unanimidade um pedido de desagravo. De acordo com o presidente da Câmara de Direitos e Prerrogativas da OAB Paraná, Alexandre Quadros, o ato de desagravo, a ser agendado em breve, será realizado em Capanema.
“O mandado de segurança para a volta ao trabalho agora perdeu o objeto. Aguardo o ato de desagravo para colocar um ponto final nesse episódio que atingiu não somente a mim, mas a toda a advocacia pública, em flagrante violação das prerrogativas profissionais”, afirmou o procurador municipal, que se declara grato por todo o apoio recebido da OAB Paraná.
Segundo Skiba Júnior, os atritos com a ex-prefeita começaram há pouco mais de dois anos, quando ele assumiu o cargo e começou a apontar irregularidades na administração municipal sem que houvesse qualquer ação de correção correspondente por parte da gestão municipal. As ameaças de morte começaram quando o procurador e seu colega, o procurador Romanti Ezer Barbosa, protocolaram as denúncias de corrupção no Ministério Público, no Gaeco e no Tribunal de Contas do Estado, em maio de 2016.